À medida que descemos a Rua da Madre de Deus, no Vale de Chelas, somos acompanhados por um muro, pelo Convento da Madre de Deus e pelo Palácio Nisa. Da rua, adivinhamos uma sucessão de intervenções de que o lugar foi alvo, mas é quando atravessamos o muro que percebemos a complexidade que o tempo aqui gerou. O lugar, composto de cheios e vazios, anseia pela clarificação dos seus limites e pela redescoberta da sua identidade.

Mas, se, em tempos, os muros acolheram um convento e um palácio, hoje acolhem o Museu Nacional do Azulejo e a Escola D. Maria Pia. Através de uma estratégia de exclusões, reabilitações e adições propõe-se uma Ampliação do Museu. Esta, procura responder não só às necessidades reais do atual museu, como também inclui a criação de uma Escola de Conservação e Restauro. Através deste novo uso, é criado uma ponte entre os dois mundos, o do Museu e o da Escola, pondo em prática as teorias da nova museologia e homenageando a relação histórica que sempre existiu entre o Convento e o Palácio.